sábado, 1 de junho de 2019

O Melro Branco


O Melro Branco

A peça de teatro infantojuvenil ‘’O Melro Branco’’, aborda subtilmente uma das temáticas mais discutidas atualmente, a discriminação.
A história inicia-se com o nascimento insólito de um melro branco, quando o comum, é os melros serem pretos. O seu pai, ‘’Papa Melro’’, rejeita-o, com medo e vergonha do que os outros melros possam pensar ou julgar (‘’Papa Melro: Uma desonra para a minha família! Se o meu tratamelro levantasse a cabeça! Onde vamos parar, já não se respeita nada! Um melro branco, que dirão os vizinhos?’’).
O Melro Branco, perante insultuosas afirmações, decide partir em busca da sua identidade. No decorrer da sua jornada, depara-se com uma gaivota, uma caturra, um abutre, um flamingo e, por fim, uma pomba. Todos estes animais tinham apenas um ponto em comum: o facto de serem brancos. O pequeno Melro descobriu que não tinha nada a ver com estes animais, pois tinham comportamentos e formas de viver completamente diferentes. À medida que o tempo passava ficava cada vez mais triste por não saber onde era o seu verdadeiro lugar.
Um dia, o Papa Melro ouve um anúncio na rádio a oferecer um grande banquete para quem encontrasse o raríssimo melro branco. A princípio fica chocado com tal notícia, porém reflete no prémio em causa e decide ir à procura do seu filho. Mais tarde, ambos se encontram e o Papa Melro, num tom aparentemente arrependido, pede desculpa ao seu filho e pede para ele voltar para casa. Acrescenta ainda que enquanto estiveram longe refletiu sobre as suas ações e reconheceu que estava errado. O Melro Branco, numa primeira fase, permanece confuso com a aceitação repentina do seu pai, mas logo de seguida fica feliz pela sua busca pessoal ter chegado ao fim e perdoa o Papa Melro.
‘’O Melro Branco’’ apresenta diversas semelhanças com o ‘’Patinho Feio’’ e tantos outros contos e histórias que são inspiradas nos comportamentos da nossa sociedade cada vez mais inabitável. Esta peça tem como principal objetivo criticar e alertar as pessoas para que não cometam os mesmos erros do Papa Melro.
A discriminação é um problema contemporâneo numa sociedade que reivindica todas as formas de igualdade e de equidade.  Para que esta violação dos diretos humanos um dia chegue ao fim é necessário começar por consciencializar os mais novos, que vivem num mundo cada vez mais global onde a emigração é cada vez mais frequente, agora mais do que nunca é urgente que as crianças respeitem outras etnias, religiões, cor de pele.
A luta pela igualdade não tem de partir só das crianças ou jovens, mas também dos seus pais e encarregados de educação que são responsáveis por transmitir tais valores de aceitação e tolerância, para que discursos de ódio camuflados com aquilo que é o politicamente correto não predominem. É importante incutir o maior número de informação às gerações mais novas, para que apurem o seu sentido crítico e lutem por estas importantes causas.
Os jovens são o futuro, para que não volte a reinar um Hitler ou um Kim Jong-Un, para que se evite uma terceira guerra mundial ou guerras civis é de extrema pertinência que peças de teatro como ‘’O Melro Branco’’ e outras tantas histórias continuem a ser exibidas e transmitidas a todas as faixas etárias.
Lara Santos

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