O Melro
Branco
A peça de
teatro infantojuvenil ‘’O Melro Branco’’,
aborda subtilmente uma das temáticas mais discutidas atualmente, a discriminação.
A
história inicia-se com o nascimento insólito de um melro branco, quando o
comum, é os melros serem pretos. O seu pai, ‘’Papa Melro’’, rejeita-o, com medo
e vergonha do que os outros melros possam pensar ou julgar (‘’Papa Melro: Uma
desonra para a minha família! Se o meu tratamelro levantasse a cabeça! Onde vamos
parar, já não se respeita nada! Um melro branco, que dirão os vizinhos?’’).
O Melro
Branco, perante insultuosas afirmações, decide partir em busca da sua
identidade. No decorrer da sua jornada, depara-se com uma gaivota, uma caturra,
um abutre, um flamingo e, por fim, uma pomba. Todos estes animais tinham apenas
um ponto em comum: o facto de serem brancos. O pequeno Melro descobriu que não
tinha nada a ver com estes animais, pois tinham comportamentos e formas de
viver completamente diferentes. À medida que o tempo passava ficava cada vez
mais triste por não saber onde era o seu verdadeiro lugar.
Um dia, o
Papa Melro ouve um anúncio na rádio a oferecer um grande banquete para quem
encontrasse o raríssimo melro branco. A princípio fica chocado com tal notícia,
porém reflete no prémio em causa e decide ir à procura do seu filho. Mais tarde,
ambos se encontram e o Papa Melro, num tom aparentemente arrependido, pede
desculpa ao seu filho e pede para ele voltar para casa. Acrescenta ainda que enquanto
estiveram longe refletiu sobre as suas ações e reconheceu que estava errado. O
Melro Branco, numa primeira fase, permanece confuso com a aceitação repentina
do seu pai, mas logo de seguida fica feliz pela sua busca pessoal ter chegado
ao fim e perdoa o Papa Melro.
‘’O Melro
Branco’’ apresenta diversas semelhanças com o ‘’Patinho Feio’’ e tantos outros
contos e histórias que são inspiradas nos comportamentos da nossa sociedade
cada vez mais inabitável. Esta peça tem como principal objetivo criticar e
alertar as pessoas para que não cometam os mesmos erros do Papa Melro.
A discriminação
é um problema contemporâneo numa sociedade que reivindica todas as formas de
igualdade e de equidade. Para que esta
violação dos diretos humanos um dia chegue ao fim é necessário começar por consciencializar
os mais novos, que vivem num mundo cada vez mais global onde a emigração é cada
vez mais frequente, agora mais do que nunca é urgente que as crianças respeitem
outras etnias, religiões, cor de pele.
A luta pela
igualdade não tem de partir só das crianças ou jovens, mas também dos seus pais
e encarregados de educação que são responsáveis por transmitir tais valores de
aceitação e tolerância, para que discursos de ódio camuflados com aquilo que é
o politicamente correto não predominem. É importante incutir o maior número de
informação às gerações mais novas, para que apurem o seu sentido crítico e
lutem por estas importantes causas.
Os jovens
são o futuro, para que não volte a reinar um Hitler ou um Kim Jong-Un, para que
se evite uma terceira guerra mundial ou guerras civis é de extrema pertinência
que peças de teatro como ‘’O Melro Branco’’ e outras tantas histórias continuem
a ser exibidas e transmitidas a todas as faixas etárias.
Lara
Santos
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