As Línguas e
Humanidades e uma abordagem interdisciplinar
No dia 8 de maio decorreu, no
auditório da Escola Secundária Francisco de Holanda, a apresentação de vários
trabalhos realizados durante todo o ano letivo de
2018/2019, no âmbito de um projeto de articulação entre a Biblioteca e algumas disciplinas leccionadas no curso de Línguas e
Humanidades, mais concretamente, Filosofia, História A, Geografia C e Psicologia
B. Envolveu as turmas de 11º ano LH1 e LH5 e as turmas de 12º ano LH1 e LH2.
Contou com a coordenação das professoras, Manuela Paredes, Conceição Guerra,
Eva Soares e Luísa Marques. Este projeto teve como tema geral “Os Direitos
Humanos” e como subtema, “As Perseguições a Minorias Étnicas e Religiosas”. O
objetivo foi abraçar o mesmo tema e analisá-lo sob o ponto de vista específico
de cada disciplina envolvida, a fim de lhe conferir uma unidade catalisadora de
compreensão do fenómeno analisado pelos alunos. As várias turmas foram
desfiando os seus trabalhos numa linha cronológica tendo os alunos iniciado as
apresentações pela abordagem histórica, começando pelo aparecimento da primeira
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1789, associado à revolução
Francesa, e em
1948, pela proclamação da Declaração Universal dos
Direitos do Homem, que foi resultado direto do conhecimento das atrocidades
cometidas durante a 2ª Guerra Mundial. Por esta
razão, os grupos de trabalho debruçaram-se essencialmente sobre a problemática
da segunda guerra mundial e o genocídio praticado sobre as minorias étnicas. Os
grupos instaram a plateia a refletir sobre a necessidade de salvaguardar
direitos considerados fundamentais para a vida do ser humano como os direitos
individuais e coletivos, sem discriminação de raça, género ou nacionalidade.
Sublinharam o facto de a declaração não ser sobrescrita por todos os países da
Organização das Nações Unidas, o que leva a que, todos os anos, seja apresentada
uma lista de denúncias e violações cometidas tanto por países subscritores como
não-subscritores. Neste sentido foi analisada, numa abordagem geográfica,
a violação dos Direitos Humanos e o Genocídio da Arménia, aportando
características diferenciadoras ao trabalho inicial. A análise partilhada da obra “O rapaz do caixote de madeira”
de Leon Leyson, com imagens do campo de concentração, permitiu uma reflexão
sentida, assim como, a análise psicológica de personalidades como Oskar Schindler e Aristides de Sousa Mendes, envolvidos na segunda Guerra
mundial e na luta pela defesa das minorias étnicas, permitiram perceber como se
relacionam mente, pensamento e identidade numa
lógica de “construção” do mundo e “identidade
humana”. A sessão foi encerrada apoteoticamente
com a apresentação dos vídeos da visita de estudo a Amesterdão.
Da sessão ficou
no ar o apelo dos jovens palestrantes à partilha de saberes.
É de facto
urgente capacitar os jovens, enquanto estudantes, a uma verdadeira atitude
reflexiva e consciente acerca do seu tempo presente, que mescla numa linha
temporal, passado e futuro. Os direitos humanos continuam a ser um problema no
mundo e é por isso urgente que seja promovida a participação ativa de toda a
comunidade escolar, através de grupos de sensibilização, como o que realizou a
palestra, para que sejam integrados os valores e princípios dos direitos
humanos em todas as áreas da vida da escola. Uma escola que promova a
igualdade, a não descriminação, a dignidade e o respeito. Uma escola que
providencie um ambiente de aprendizagem em que todos os direitos humanos são
respeitados, protegidos e promovidos. Uma escola que abrace a inclusão, que
proteja todos os membros da comunidade educativa, fazendo da proteção e
segurança uma responsabilidade partilhada. Uma escola que trabalhe para
capacitar todos os alunos a alcançar todo o seu potencial através da educação,
em particular aqueles alunos que são marginalizados devido ao seu género,
estatuto ou diferença. Uma escola que capacite os alunos para se tornarem membros
ativos da comunidade global, partilhando conhecimento, compreensão e
aprendizagem com os outros e atuando para criar um mundo em que os direitos
humanos são respeitados, protegidos e promovidos.
Esta é a nossa
escola, uma escola de afetos, de partilha de aprendizagens, promotora dos
direitos humanos, ensinados, aprendidos, respeitados e assim, nesta lógica,
protegidos.
Tal como foi
referido na palestra: “Eu acredito nesta escola. E tu? Queres acreditar comigo?
Façamos da minha escola a nossa escola onde os Direitos Humanos são uma verdade!”
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